sexta-feira, setembro 22, 2006

José Sinfronio

José Sinfronio de Assis Filho, que ficou carinhosamente sendo chamado de Padre Zé, nasceu no dia 24 de maio de 1924, em Pombal -PB. Passou o toda uma vida em Itaporanga, onde chegou nos idos 1955, após um ano da morte do saudoso Cônego Manoel Firmino, Foi nomeado Pároco da Paróquia de N.S.Conceição em Itaporanga, então Bispo da Diocese Don Zacarias Rolim de Moura no ano de 1955 e renomeado como Vigário Colado em 1958. A expressão Vigário Colado significava antes do Concílio Ecumênico Vaticano II, vigário que não sairia mais da Paróquia até a sua morte. A freguesia de N.S.da Conceição na época, era constituída da Matriz em Itaporanga, e das Capelas de Boa Ventura, Diamante, Bruscas, (hoje Curral Velho), Pedra do Fuma(hoje Pedra Branca), S.J.Caiana e Timbaúba(Hoje Serra Grande), onde o Padre Zé passou a ser reverenciado e amado.
Em suas viagens pelas capelas, levava consigo um coroinha para ajudar as missas e estimular outras crianças a se desenvolverem na Fé Cristã e vez por outro, quando o Padre percebia que na Capela tinha um jovem que gostava de estudar e não tinha oportunidade, Padre levava para estudar na Escola Paroquial que ele fundara em Itaporanga em 1956.
Mesmo que o estudante não tivesse família para lhe hospedar na cidade, ele levava para morar na casa Paroquial. Foi assim com Sebastião Bila de Timbaúba, foi assim com Antonio Alvino de Bruscas, foi assim com Sizenildo Abílio de Diamante, com Reginaldo Duarte de Boa Ventura, com Zé Ribeiro da Chatinha e tantos outros e diga-se de passagem hoje todos eles são excelentes profissionais.
Agora nosso Padre Zé faleceu e antes de sua morte pediu ao seu sobrinho Eliézer que lhe sepultassem aos pés do Cristo, certamente aquele local será um símbolo da fé religiosa de nossa gente e todos do Vale do Piancó. Ali serão alcançadas graças as mais diversas e sua beatificação um virá, apesar de ser um processo muito lento.
Em 1940, aos dezesseis anos entrou para o seminário para se ordenar aos 29 anos de idade e já aos 31, assumia a Paróquia de Itaporanga.
Não era Padre de Congregação, era secular, mas parece que fez votos de pobreza com Deus e morreu pobre, não tinha se quer um bem material.
De sua chegada em Itaporanga até ontem quando morreu, portanto durante 51 anos, Padre Zé sempre foi um homem irrequieto, as vezes intempestivo, outras vezes mau entendido, mas sempre esteve procurando fazer alguma coisa. Fundaou a Cruzada Eucarística, seu primeiro lance dentro de Itaporanga e que revolucionou a cidade, porque mobilizou toda Juventude e passou a dar uma formação cristã melhor aos jovens da época, estimulando-os aos estudos e à boa qualidade de vida já que nossa cidade na Época não tinha muito a oferecer.
Criou a Escola Paroquial e com parcos recursos sustentava a mesma, já que a mensalidade dos alunos, mal dava para comprar o giz.
Pela escola Paroquial passaram grande nomes filhos de Itaporanga que não citarei aqui para não ser omisso com tantos.
Em 1958 juntamente com Luis Guimarães, meteu na cabeça que a Igreja de N.S.Conceição estava Pequena e que ia amplia-la pois pretendia fazer a festa do centenário de Paróquia em 1960 e que a Igreja seria insuficiente para seus planos.Fora a frente ele mexeu em tudo e fez este monumento que conhecemos.
Em 30 de Novembro 1959, Itaporanga teve um filho ordenado Padre, tratava-se de Padre José Nemy Fonseca e em 06 de Janeiro de 1960, com a Matriz em reforma, José Silvino da Fonseca(Tio Zú) e Luis Guimarães( Tio Luis) pediram ao Padre Zé que a Primeira Missa de Nemy fosse celebrado na Matriz e assim foi feito.
“Nossa fé renova Itaporanga...das origens que vêm nos servir....são cem anos, apenas servilha...de oração e de fé no porvir...Anciões, jovens de Itaporanga...de que ninguém foi escravo um só dia....mas juramos no seu centenário ser escravos tão só de Maria..etc”
Com esse hino, foi aberto a maior festa religiosa de todos os tempo, do Estado da Paraíba, em junho de 1960 e Itaporanga recebeu vários Bispos, dezenas de Padres e mais de uma centena de Seminaristas...êta saudade danada.
Depois o Padre Zé criou o Ginásio, reformou a Igreja de Boa Ventura e trouxe junto com Cláudio a Arruda a imagem do padroeiro daquela cidade que ainda hoje está lá. Reformou a Igreja de Diamante, criou teatro e tantas outras coisas.
E um sonho, nasceu a idéia da estátua do Cristo, que é um verdadeiro monumento.
Nos últimos dias de sua vida, no leito do hospital,Padre Zé num esforço sobre humano e lutando contra a doença, revelou ao seu sobrinho Eliézer o seu verdadeiro amor por Itaporanga e pediu para ser sepultado aos pés da Estatua do Cristo.
Pediu também que lhe levassem a Itaporanga, pois queria morrer lá e quando providenciavam sua transferência para atender seu pedido, elefaleceu.
Aos 19 dias do mês de setembro do ano de 2006 da era cristã, abro o portal do vale, onde este jovem de 40 anos Rainério vem dando um banho de jornalismo e lá está o anuncio da morte do Padre Zé.
Padre Zé sempre disse que sua vocação era "amar e fazer amar a Deus e a Maria Sua Mãe".
Descanse em paz! Mas que dá uma saudade danada falar em suas coisa, também é verdade, porque elas nos transporta para a infância e adolescência.
Adeus Padre.

1 comentários:

Unknown disse...

Beleza! Muito bem postado este breve relato da história de Padre Zé, desde sua chegada a sua querida Terra de opção até sua opção pela Terra de Deus. Aí estão trechos da passagem do Grande José Sinfrônio de Assis, pela vida. Até o poder de nos despertar saudades da infância, recordando seus grandes feitos, Ele consegue.
A grandiosidade deste relato faz-se maior,ainda, justamente, pela grandeza do autor em não se revelar, embora eu tenha minhas conjecturas sobre a autoria.
Parabéns, como diz Roberto Carlos, "meu amigo de fé, meu irmão, camarada"!

Jesus Fonseca!